No CCM Cast, recebemos o Caito da Javep, cuja trajetória de sucesso no interior paulista é notória — tendo seu início em 1969 com o pai de Caito, Pelé.

Esses mais de 50 anos na indústria automotiva fez com que a marca expandisse suas concessionárias para seis cidades do estado: Jaú, São Carlos, Marília, São José do Rio Preto e Araraquara e Ribeirão Preto.

Mas engana-se que a fórmula de sucesso da empresa é a mesma aplicada na década de 1960. E Caito contou ao CCM Cast um pouco sobre o banho de inovação e tecnologia que a sua marca — e toda a indústria automotiva — tomaram para se adaptar à sociedade primordialmente digital.

Os desafios e as movimentações do setor automotivo

A conscientização ambiental tem sido determinante para inovações significativas no setor automotivo — que, no Brasil, responde por 22% do PIB (Produto Interno Bruto) industrial e por 4% do PIB nacional. Sem falar que o setor emprega mais de 1 milhão de pessoas.

E uma dessas transformações tem a ver com o controle de poluentes. A Proconve vem exigindo adequações do setor da L1 a L7, cada uma delas com novas diretrizes. E Caito aponta que muitos modelos de veículos já não conseguem se enquadrar à legislação vigente.

Como resultado, tal mudança pode vir a encarecer diversos veículos mais acessíveis, hoje em dia.

Mas existem desafios que reverberam de outras fronteiras. É o caso, por exemplo, da crise na cadeia de suprimentos causada pelos anos agudos da pandemia. Ou mesmo do conflito na Ucrânia, considerando que o alumínio e gases para semicondutores vêm da Rússia, por exemplo.

Os próprios temores de crises no país (política e econômica) afetam o preço dos veículos. É uma somatória de desafios que colocam a gestão sob constante pressão por inovações.

“O desafio é estar sempre de olho nessas questões e procurar um caminho dentro delas”, Caique aponta.

Como tem acontecido a digitalização da operação automotiva?

O segredo está na busca por eficiência e eficácia. E a chegada de novas tecnologias, como o Big Data e a inteligência artificial, trouxe soluções. Mas novos desafios vieram de carona.

Exemplo claro disso é a adequação da LGPD (Lei Geral da Proteção de Dados) que foca na importância da segurança de dados internamente e também dos clientes.

Segurança digital é fundamental. Especialmente porque, entre março de 2021 e 2022, 58% da população sofreu algum tipo de ataque virtual. Imagine isso para a dimensão de uma grande empresa de um setor impactante da sociedade?

Ainda mais, quando percebemos que, segundo Caito, 100% das vendas para revendedores são feitas digitalmente — sem nenhum ato físico. E 80% das operações internas já são digitalizadas.

Um agravante causado por cibercriminosos pode ter o poder de parar, literalmente, uma operação fundamental para a sociedade. Daí, a atenção máxima não apenas ao uso ético dos dados, mas em protegê-los ao máximo contra perdas, roubos e extravios.

Qual é o momento tecnológico do setor automotivo?

“Eu vejo a tecnologia ajudando a endereçar essas dores de diferentes maneiras”, Caito destaca. Como exemplo, ele cita o uso de softwares munidos de inteligência artificial para identificar automaticamente, quais bancos podem aprovar uma solicitação de crédito do cliente.

Isso evita gargalos, imprevistos e torna a experiência de compra mais positiva. Ou, até mesmo, para obter uma avaliação precisa de um seminovo com base na média praticada pelo mercado. O que gera mais transparência e confiabilidade no atendimento ao cliente.

No fim das contas, os dados têm regido as mudanças. As informações integradas têm oferecido alto poder analítico e crítico aos profissionais, tornando-os menos reféns de instintos ou feelings.

“Soluções assim… Eu só vejo a tecnologia como saída para isso”. E para as mais variadas atividades. Caito ainda cita a automatização de processos para a prestação de contas, por exemplo, que reduz a utilização de capital humano em tarefas mecânicas e repetitivas.

“Não vejo outra forma de avançar e melhorar e ter mais resultado, como consequência, por meio da aplicação de tecnologia”, ele anda reflete, sobre o tema, concluindo-o.

O que esperar do futuro do setor?

Em um exercício de predição com base nos anos de bagagem e de desenvolvimento da Javep, Caito é consistente na resposta: “o futuro é elétrico”.

No país, a mudança pode ser menos acelerada. Mas é inegável que passa diretamente por essa transição híbrida entre os veículos movidos a combustão e os veículos elétricos.

E com um dedo forte da iniciativa privada para capitanear e acelerar esse processo.

Isso tudo, complementado pelo uso mais e mais enraizado de dados e no volume de tráfego digital gerado. O que, segundo Caito, pode nos aproximar mais dos veículos autônomos (e, talvez, com designs realmente inovadores, tendo em vista que os elétricos são relativamente mais simples do que os carros mecânicos).

Segundo ele, ainda devemos transitar por essa estruturação de infraestrutura, mas é o que mais parece claro neste esboço sempre incerto que é o futuro.

E se você tem curiosidade para saber mais sobre o que foi discutido nessa conversa interessantíssima, clique aqui para ouvir o episódio do podcast na íntegra!