Cada vez mais, as empresas passam a considerar a importância de contar com um CIO estratégico para estar à frente de seus investimentos em tecnologia. Visão analítica, orquestração de uma equipe de alta performance e participação ativa nos objetivos e ações estratégicos do negócio são características esperadas desse novo gestor.
Nesse movimento, cabe aos CIOs mudanças significativas em seus comportamentos e abordagens no trabalho, agindo diretamente na contribuição para o negócio e não se atendo somente a aspectos técnicos e operacionais.
É sobre isso que você vai refletir ao longo deste artigo. Continue lendo para entender a importância dessa nova postura, como se destacar em sua carreira e que passos você pode dar ainda hoje para se tornar um CIO estratégico!
O papel do CIO ao longo do tempo
Historicamente, o CIO sempre foi o líder à frente de um departamento muito voltado às demandas técnicas do dia a dia operacional das empresas. É importante lembrar que, até pouco tempo, a tecnologia não tinha a importância que tem hoje para os negócios. Ela era meramente um apoio.
Em muitas organizações, era muito comum que os profissionais de TI fossem conhecidos apenas como responsáveis por consertar e fazer a manutenção de computadores. Assim, o cargo exercido pelo líder era geralmente o de gerente de TI ou, em empresas maiores, o de diretor da área — embora essa era uma diretoria sem muito poder de decisão nos rumos do negócio.
A própria nomenclatura do CIO começa a ser incorporada com mais frequência no momento em que o mundo corporativo assume que a tecnologia da informação é um ativo estratégico.
Isso começa a ficar claro a partir da chamada “terceira plataforma de TI”, a partir dos anos 2010, quando a web começa a impor uma onda de virtualização na computação, surgindo conceitos como Computação em Nuvem, Big Data, Analytics, Internet das Coisas etc.; e métodos e serviços ancorados nesses pilares.
A partir do momento que as empresas começam a entender que a TI é um investimento e não um gasto e, portanto, precisa trazer retornos práticos para a saúde financeira dos negócios, o CIO assume maior importância e passa a ser mais valorizado.
Para se ter uma ideia dessa transformação, basta olhar uma pesquisa realizada pela consultoria global McKinsey em 2015: 57% dos CEOs consultados disseram perceber na figura do CIO uma grande importância nos rumos futuros de seus negócios.
Quem é, afinal, o CIO estratégico
Na definição de Cezar Taurion, CEO da Litteris Consulting e um dos mais respeitados articulistas de TI no Brasil, o CIO estratégico é aquele “que está no mesmo nível decisório dos demais C-level e que não os trata como seus clientes, mas como parceiros em busca de um objetivo comum”.
Poder de decisão junto à diretoria
Ou seja, estamos falando de um CIO estratégico que tem acesso completo à diretoria da empresa em que atua, conseguindo apoio para suas ações e tendo poder de decisão.
Um CIO estratégico deve liberar todos os recursos e todo o tempo possível para focar os esforços da TI nos processos, projetos e tecnologias que farão a diferença para a empresa no futuro.
Atuação analítica e estratégica
O CIO estratégico deve ter uma visão e um conhecimento que vão além da atuação técnica e operacional. Seu leque de atuação contempla os objetivos estratégicos do negócio e está em consonância com a dinâmica do mercado, para antecipar as tendências tecnológicas que terão um impacto em médio e longo prazo no ambiente corporativo.
Trata-se de um profissional que entendeu que atualmente a tecnologia deve ser analisada também sob a perspectiva estratégica, como uma variável do macro ambiente que tem o poder de criar ou destruir mercados inteiros. Portanto, ele deve focar em ferramentas, equipamentos, serviços e recursos que estão alinhados com a estratégia de negócios da empresa e também em oportunidades e ameaças que o ambiente tecnológico pode proporcionar.
Gestão descentralizada
Para isso, é muito comum que ele descentralize sua gestão. Assim, a terceirização de muitas das atividades operacionais de manutenção da TI que têm um baixo valor agregado e que não fazem parte diretamente do core business da empresa, por exemplo, é uma decisão comum para esse profissional.
Esse novo gestor de tecnologia já entendeu que não dá mais para ter como foco a resolução dos problemas operacionais e o atendimento das solicitações imediatistas dos usuários. Percebeu que essa atuação muito operacional dificulta a liberação do tempo suficiente para tratar os assuntos estratégicos.
Foco na segurança da informação
O CIO estratégico também deve ter uma preocupação constante com a segurança da informação, que hoje é um problema crítico na maioria das empresas, independentemente do tamanho e segmento. A falta de segurança pode levar a empresa até a falência, inclusive em um tempo muito curto e apenas com um ataque bem direcionado.
O CIO estratégico e a tecnologia como suporte de negócio
Também é importante lembrarmos que estamos vivendo “a quarta revolução industrial”, uma combinação de tecnologias que possibilita a tomada de decisão descentralizada entre máquinas em cooperação com humanos. Isso tem um impacto significativo na atuação dos CIOs.
Não dá mais para tratar a TI como um subdepartamento de qualquer outro setor. A TI está no coração dos negócios e as empresas que não lhe derem a devida importância tendem a ver seus resultados minguarem, uma vez que a concorrência acirrada e a constante inovação tecnológica tornam os mercados ainda mais dinâmicos e complexos.
De acordo com o estudo Global Center for Digital Transformation, realizado pela Cisco, ⅓ dos executivos de negócios veem com preocupação as transformações previstas em seus segmentos de atuação para os próximos cinco anos.
Diante disso, o CIO estratégico também tem sob suas responsabilidades a orquestração da forma com que os negócios vão lidar com a velocidade de mutação tecnológica, bem como o aproveitamento de novos recursos e serviços que chegam ao mercado.
Para exemplificarmos esse movimento, é importante pontuar que o CIO estratégico deve focar na relação entre novas tecnologias e negócios para atender da melhor maneira possível o que os clientes querem. Assume, assim, responsabilidades sobre:
• produtos e serviços que correspondam às suas expectativas de funcionalidade e qualidade;
• atendimento mais próximo e humano;
• agilidade, acessibilidade e praticidade no relacionamento;
• garantia da segurança da informação diante dos crescentes riscos;
• facilitação de uma gestão empresarial mais orientada a dados (em tempo real, sempre disponível) etc.
E então, você já se considera um CIO estratégico? O que achou deste artigo? Para continuar acompanhando nossas publicações, nos siga no Facebook!