O setor automotivo é um desses exemplos que mostram o quanto a sociedade contemporânea e digital tem se transformado significativamente. Afinal de contas, trata-se de um segmento predominantemente presencial, mas que foi testemunha de transformações inviáveis para a sua manutenção, assim como era há dez ou vinte anos.
Mas o que mudou e o que ainda pode mudar no cenário dessa indústria que movimenta 18% do PIB industrial e 3% de todo o PIB nacional? No episódio do podcast da CCM, conversamos com Raphael Galante, economista, consultor na Oikonomia Consultoria Automotiva e trabalha no setor há mais de 20 anos.
Nesse bate-papo, exploramos algumas perspectivas para o mercado automotivo e o que nos reserva o futuro. Confira!
A renovação do setor automotivo
Assim como em outros setores da sociedade, o consumidor passou a controlar mais o poder de decisão também na hora de comprar (ou apenas pesquisar) um automóvel. Afinal, a internet tem toda informação que você necessita, em instantes.
O que minimizou o poder de um vendedor de uma concessionária, consequentemente. E o reflexo disso já pode ser percebido em movimentos para fechar grandes empresas e concentrar a atuação desse tipo de profissional como agentes autônomos inseridos em um mercado virtual.
Mas Raphael Galante alerta para uma mudança que ainda pode ser percebida em nichos. Por exemplo: marcas de carros de luxo, como a Porsche, ainda visam o atendimento presencial como um de seus diferenciais.
Para modelos populares, contudo, existe essa urgência pela criação de novas formas de atendimento e relacionamento.
Nesse sentido, o atendimento digitalizado se mostrou fundamental para constituir um canal de relacionamento e de fidelização dos clientes. Afinal de contas, em um meio tão competitivo e hoje marcado pela transformação digital, torna-se ainda mais valioso reter um cliente do que ir às ruas buscar novos consumidores.
Galante reforça a importância disso para manter a marca de uma empresa ainda pulsante no boca a boca. Por exemplo: diante da tendência dos seminovos, é possível oferecer algumas condições acessíveis no médio prazo (como a manutenção preventiva e outros serviços automotivos gratuitos em até 12 meses após a compra) para que a empresa nutra esse cliente gradativamente.
Assim, quando ele estiver pronto para adquirir um novo veículo, ele já vai ter construído uma relação longeva e sólida com essa marca, procurando por ela antes de tomar uma decisão.
Como algumas tendências do mercado impactam o setor?
O car sharing (compartilhamento de carros) e o carro por assinatura se tornaram modalidades de grande relevância nos grandes centros urbanos, atualmente. Assim, como os aplicativos de corrida geraram um barulho grande no mercado.
Exemplo disso é que, entre 2020 e 2021,o interesse de jovens entre 18 e 30 anos em tirar uma habilitação automotiva diminuiu 10,8%.
Mas Galante aponta que isso é também passageiro. Especialmente, porque as tendências acima citadas estão mais presentes nos grandes centros urbanos do país. Por isso, é importante observar o impacto dessas inovações dentro do grande recorte social e geográfico que é o Brasil.
Mas algo que é de valor nacional, segundo ele, é a importância do uso da tecnologia para a obtenção de insights para empresas do ramo automotivo. Como a análise de dados.
Por meio dela é possível realizar ações de fidelização (como a acima mencionada) e agregar mais assertividade, agilidade e alinhamento às demandas do mercado.
Agora, caso você queira saber mais a respeito do impacto dessas mudanças e do prognóstico geral que Raphael Galante compartilhou conosco, clique aqui e ouça o episódio de nosso podcast na íntegra!